sábado, 14 de novembro de 2009

2012


Quase 3 horas de ação, basicamente só efeito especial e roteiro clichê.

Assim pode ser resumido o filme 2012, que teve estréia mundial na sexta, 13/11.
esperava-se isso antes de entrar no cinema, mas eu tinha a esperança de que algum diretor algum dia pudesse fugir do óbvio.

Os americanos John Cusack e Amanda Peet interpretam os personagens principais, o britânico Chiwetel Ejiofor interpreta o idealista cientista Adrian Helmsley, o presidente norte americano é interpretado pelo excelente Danny Glover, mas sem dúvida, em questão de interpretação a cena é roubada pelo hilário Woody Harrelson, ganhador do Oscar em 1996 por sua atuação em The People vs. Larry Flynt.

Os efeitos especiais são incontestáveis, muito bons mesmo. Às vezes, até meio forçado, como na sequencia inicial em que, enquanto toda Califórnia é engolida pela terra, o carro com os personagens principais passa por todos os destroços sem ninguém se machucar.

Com relação ao roteiro, é clichê. Sempre tem um romancezinho no meio, um presidente norte americano herói, um personagem desgraçado que quer ferrar com todo mundo - e que invariavelmente se dá mal no final - e um outro bonzinho que quer ajudar todos.

2012 é tenso, as cenas de ação são realmente incríveis, mas resume-se a isso.

Estará passando na Sessão da Tarde daqui a alguns anos - como hoje assistimos "Independence day" ou "O dia depois de amanhã" - e não vai ter tanta graça ou furor.

domingo, 9 de agosto de 2009

O Jardineiro Fiel

O filme pode ser definido em uma palavra: fantástico.

É estéticamente impecável, tem atores super competentes e uma trama que mescla uma história de amor e altas conspirações políticas, tendo como pano de fundo o cenário das favelas quenianas.

"O Jardineiro Fiel" conta a história da jovem ativista Tessa, interpretada pela atriz Rachel Weisz, que começa a investigar uma conspiração relativa às atividades de grandes indústrias farmacêuticas na África. Após Tessa morrer em circunstâncias suspeitas, seu marido, o diplomata britânico Justin Quayle, parte em busca do que realmente aconteceu e acaba descobrindo que sua esposa estava envolvida com ligações perigosas, prestes a fazer revelações que não agradariam aos poderosos industriais.

Dirigidos pelo cineasta brasileiro Fernando Meirelles, Ralph Fiennes e Rachel Weisz, como Justin e Tessa, demonstram um envolvimento incrível. Em 2006, Rachel ganhou 5 prêmios por sua atuação em "O Jardineiro Fiel", entre eles o Oscar e o Globo de Ouro. O filme é baseado no livro homônimo (no original "The Constant Gardener"), escrito em 2001, pelo autor britânico John Le Carré.

A fotografia é extraordinária. Nas cenas que se passam na África, é tudo muito colorido e super saturado, o que passa uma idéia de alegria que não corresponde a realidade miserável e triste. Já as cenas filmadas em Londres e Amsterdam são mais sóbrias, quase sempre retratadas em um ambiente mais retraído.

O estilo de filmagem de Meirelles é mais solto, permite que a cena flua de acordo com o realmente está acontecendo. As cenas que se passam nas favelas africanas, quando Tessa caminha entre as crianças, é um exemplo disso: as coisas vão acontecendo e o telespectador consegue perceber a naturalidade.

Chamo atenção ainda para a trilha sonora, de responsabilidade de Alberto Iglesias. Belíssima e de uma delicadeza ímpar.

Nota 10 para Meirelles e seu grupo.
Abaixo segue o trailer do filme, vale a pena dar uma olhada.

http://www.youtube.com/watch?v=16B7iMNL6Ew

domingo, 2 de agosto de 2009

Gran Torino


É muito bom. Dirigido, produzido e estrelado pelo Clint, não poderia não ser bom. Clint é Walt Kowalski, um veterano da Guerra da Coréia, rabugento e racista que não se dá bem com a família.

Logo nas primeiras cenas, o cara só aparece rosnando, brigando com filho, com neto, com cachorro, com todo mundo.

Conforme a trama se desenrola, Walt, que mora em um bairro chinês/coreano/whatever, se aproxima de seus vizinhos, os irmãos Thao (Bee Vang)
e Sue (Ahney Her), ao defendê-los de um primo escrotíssmo membro de uma dessas gangue de filme americano.

O guri, Thao, ao ser praticamente forçado a se iniciar nessa tal gangue, tenta roubar o Gran Torino do Clint. O cara, que é um puta casca grossa, ataca o guri de rifle na garagem. A família, super tradicional do projeto de ladrão, oferece os serviços do rapaz como forma dele pagar pela tentativa.

A partir daí, o primo malvadão da gangue começa a perseguir Thao e Walt o defende. Inicia-se então uma história bem bacana de amizade entre o grosseiro veterano de guerra, extremamente racista, com seus vizinhos asiáticos.

Os diálogos são meio óbvios e a temática é um tanto quanto senso comum, mas ainda assim classifico como muito bom.
Clint é o típico herói americano, não ri em nenhuma cena, é um grosso mascador de fumo. Mas, ainda assim, é uma graça, um ator/diretor/produtor excelente, poderia dizer único.
Nota 9
=]

Ficha Técnica:

Título Original: Gran Torino
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 116 minutos
Ano: 2008
Direção: Clint
Eastwood
Roteiro: Nick Schenk, baseado em estória de Dave Johannson e Nick Schenk
Produção: Bill Gerber, Clint Eastwood e Robert Lorenz
Fotografia: Tom Stern

sábado, 18 de julho de 2009

Harry Potter and the Half-Blood Prince

O sexto filme da série Harry Potter, "Harry Potter e o Enígma do Príncipe" é obviamente uma decepção para quem leu o livro e esperava no mínimo 3 horas de filme.

Os efeitos especiais são ótimos, especialmente em cenas como as que Harry, interpretado pelo britânico Daniel Radcliffe, aparata com Dumbledore (Michael Gambon) e as que ele entra na Penseira, uma espécie de bacia mágica onde é possível ver as memórias alheias.

A montagem do filme perdeu bastante e a história foi bem condensada. A versão original do livro, em inglês, tem cerca de 607 páginas e a tradução para o português cerca de 510. Por ser uma trama mais complexa e necessitar de mínimas explicações prévias, as 2 horas aproximadas de filme ficaram um pouco corridas demais, parecendo que tudo acontece num dia só e com fatos poucos esclarecidos.

Se comparada aos filmes anteriores da série, a fotografia não me pareceu grande coisa. Ressalva para a cena em que Harry e Dumbledore estão para entrar na caverna e a cena seguinte, quando já estão dentro. Muito bem feitas, fato. Já os "inferi", mortos vivos que os esperavam dentro da caverna, foram representados de uma forma bem diferente do que a maioria tinha imaginado; pareciam mais um bando de sméagols, do Senhor dos Anéis. Deveras bizarro.

Anyway, Daniel Radcliffe e Emma Watson, que interpreta a Hermione, são tão expressivos quanto um bule. Harry Potter quando está triste tem a mesmíssima expressão na face de quando está feliz ou irritado. Hermione chora de um jeito tão fake que dá vergonha alheia. Rupert Grint se salva, talvez pelo fato do seu personagem ser mais maleável, menos sério, o que provavelmente possibilita que o ator flua melhor. A cena da morte do Dumbledore é tri clichê, o cara cai da Torre da Astronomia ou whatever seja aquilo num jogo de câmeras mega manjado. Um dos únicos atores que demonstrou alguma expressão e competência no ofício foi Tom Felton, que interpreta Draco Malfoy

Tendo em vista que Harry Potter and the Half-Blood Prince é uma transição entre o 5º livro e o desfecho da série, eu não esperava um filme muito explicativo ou sequer realmente bom. Mas também acho que a direção poderia ter se esforçado mais. Uma série que tem um custo de produção tão alto quanto HP não pode deixar a peteca cair na reta final do trabalho.
Harry Potter and the Half-Blood Prince tem efeitos especiais ótimos, mas o roteiro é fraco, várias cenas cortadas, romance demais, trama a toque de caixa, atores parecem cansados, enfim...

Aos fãs resta aguardar o próximo e último filme, que tem previsão de estréia no ano que vem.




Ficha Técnica

Título: Harry Potter e o Enígma do Príncipe
Título Original: Harry Potter and the Half-Blood Prince
Gênero: Aventura
Pais/Ano: Estados Unidos e Reino Unido/2009
Direção: David Yates
Produção: David Heyman, David Barron
Roteiro: Steve Kloves
Duração: 153 min

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Revolutionary Road



O filme "Revolutionary Road", que teve o título original adaptado (novamente, de forma contestável) para o português como "Foi apenas um sonho", fala sobre o cotidiano.

O roteiro se passa em meados dos anos 50 e conta a história de April e Frank Wheler, um casal que vive em uma cidade no subúrbio dos Estados Unidos. April (Kate Winslet) é uma atriz frustrada que vira dona de casa e passa a ter como atividade principal cuidar da casa e dos filhos. Frank (Leo DiCaprio) trabalha como vendedor em um empresa que lhe paga bem, mas que ele detesta.

Vivendo em meio à discussões, conflitos e reconciliações diários, April e Frank levam uma vida medíocre que os desespera. A trama ganha corpo quando a personagem de Kate, April, sugere que a família saia de Revolutionary Road e se mude para Paris; Frank cogita a possibilidade da mudança de vida em busca de novos horizontes, mas a vida lhes reserva surpresas que mudam seus planos e o rumo da história.

O diretor, Sam Mendes, que é marido de Kate Winslet e foi super aclamado pelo ótimo Beleza Americana, conduz o roteiro de uma forma que encanta pela simplicidade e crueza do argumento. Ao mesmo tempo que, em alguns momentos, a narrativa possa parecer maçante, a forma seca como são descritos os fatos do cotidiano do casal Wheeler toca o receptor justamente por ser sincera, surpreendendo pela sutileza.

Kate Winslet, interpretando uma mulher instável, desgastada e fria, está novamente impecável. Leonardo DiCaprio no papel de um pai de família dedicado, mas conformado e acomodado, demonstra um amadurecimento diferente de qualquer outro filme que tenha feito nos últimos anos. Onze anos depois de Titanic, a dupla se mostra mais afinada e proporciona, em Revolutionary Road, um espetáculo à parte.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Personal Effects





O drama Personal Effects, traduzido porcamente para o português como Por Amor, conta a história de Linda (Michelle Pfeiffer) e Walter (Ashton Kutcher), que perderam pessoas queridas da família e acabam se aproximando emocionalmente.


Linda tem um filho adolescente, Clay, que não superou a morte do pai e vê em Walter um estímulo para continuar. Linda e Walter acabam tendo um romance e a trama se desenrola entre a busca por justiça e os dramas internos de cada um.


O filme é bem água com açúcar, apesar de ter seqüências belíssimas, como a cena em que Walter aparece conversando com Clay sobre a morte da irmã. O detalhe é que Clay tem deficiência auditiva, e enquanto Walter discorre e desabafa, seu interlocutor aparece alheio, andando à volta, catando pedrinhas, sem dar bola para o que o outro fala.

Mas fora algumas cenas mais inteligentes e que fogem (bem pouco) do clichê, o filme é meio chatinho. E o final (eu não vou contar, mas já adianto) é besta.


Ficha Técnica:

Título: Por Amor
Título Original: Personal Effects
Gênero: Drama
Pais/Ano: EUA - 2009
Diretor: David Hollander
Produção: Christian Arnold-Beutel
Roteiro: David Hollander
Fotografia: Elliot Davis
Duração/Censura: 110 min - 12 anos

domingo, 12 de julho de 2009

É Foch!


Na coletânea de crônicas "É Foch", editada pela editora L&PM em 2007, o cantor e compositor Nei Lisboa compartilha textos que exprimem a sagacidade do autor.

Com ironia e criticidade nas doses exatas, Nei fala sobre política, cinema, paternidade, relações caninas, o tempo, decide parar de beber, depois parar de fumar e, em prol de Maria Clara, sua "linda rebenta", como ele mesmo define, começar a praticar exercícios.

Nei escreve de um jeito simples e direto, o que só faz aumentar a vontade de devorar o livro em uma sentada. A leitura de suas crônicas, publicadas nos jornais Zero Hora e Extra Classe, entre 2000 e 2006, são tarefa aprazível. Compositor consagrado, o cara se mostra em "É Foch" um notável contador de histórias.




quarta-feira, 1 de julho de 2009

Iniciando...

Devaneios quaisquer, críticas de filmes, livros, bares, restaurantes, entrevistas e o que mais vier.

Sugestões são sempre bem vindas

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